Mais do que o risco de bancarrota é o risco de perda da nossa independência.
Portugal tem mais de oitocentos anos de história. Os nossos antepassados lutaram e morreram pela Pátria. Camões relata as memórias deste povo que soube dilatar a fé e o império.
É verdade que perdemos o império e muitos já não terão a mesma fé, mas não podemos esquecer que Portugal é o mais antigo estado-nação do Continente Europeu. Portugal somos nós todos, dez milhões aqui e mais 5 milhões espalhados pelo Mundo.
Estamos agora em mais um momento difícil da nossa história. Estamos em “risco de bancarrota”. Porquê ?, porque gastámos mais do que tínhamos e agora não estamos em condições de pagar de imediato. Somos reféns dos mercados dos especuladores e das agências de rating.
Temos sido mal governados mas a culpa também é nossa porque usamos mal o nosso voto. Uns porque não estiveram atentos aos sinais, outros não quiseram ver e continuaram a ganhar 100 e a gastar 120, e o País cada vez mais endividado.
Agora estamos a ser humilhados e ofendidos na nossa honra e dignidade e prestes a perder o pouco que restava da nossa independência.
Temos agora cá os técnicos do FMI e da CE para ajudar a “resgatar Portugal”.
Ajuda, mas qual ajuda ?. Vamos pagar tudo “com língua de palmo” e com juros ainda mais altos. Temos aí os exemplos da Irlanda e da Grécia.
Portugal não precisa de “ajuda”. Precisa isso sim de um empréstimo a taxas de juros sensatas e por um prazo razoável, para criarmos riqueza e pagar a quem se deve.
Resgate também é sinónimo de “rendição” e este termo “rendição” não está no DNA dos Portugueses.
É urgente reagir, é necessário exigir políticas diferentes. O caminho terá de ser de unidade, e não há espaço para ideologias de esquerda e/ou de direita. Portugal não pode esperar.