sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Resgate de Portugal e o “Risco de Bancarrota”

Mais do que o risco de bancarrota é o risco de perda da nossa independência.


Portugal tem mais de oitocentos anos de história. Os nossos antepassados lutaram e morreram pela Pátria. Camões relata as memórias deste povo que soube dilatar a fé e o império.

É verdade que perdemos o império e muitos já não terão a mesma fé, mas não podemos esquecer que Portugal é o mais antigo estado-nação do Continente Europeu. Portugal somos nós todos, dez milhões aqui e mais 5 milhões espalhados pelo Mundo.


Estamos agora em mais um momento difícil da nossa história. Estamos em “risco de bancarrota”. Porquê ?, porque gastámos mais do que tínhamos e agora não estamos em condições de pagar de imediato. Somos reféns dos mercados dos especuladores e das agências de rating.


Temos sido mal governados mas a culpa também é nossa porque usamos mal o nosso voto. Uns porque não estiveram atentos aos sinais, outros não quiseram ver e continuaram a ganhar 100 e a gastar 120, e o País cada vez mais endividado.


Agora estamos a ser humilhados e ofendidos na nossa honra e dignidade e prestes a perder o pouco que restava da nossa independência.


Temos agora cá os técnicos do FMI e da CE para ajudar a “resgatar Portugal”.


Ajuda, mas qual ajuda ?. Vamos pagar tudo “com língua de palmo” e com juros ainda mais altos. Temos aí os exemplos da Irlanda e da Grécia.


Portugal não precisa de “ajuda”. Precisa isso sim de um empréstimo a taxas de juros sensatas e por um prazo razoável, para criarmos riqueza e pagar a quem se deve.


Resgate também é sinónimo de “rendição” e este termo “rendição” não está no DNA dos Portugueses.


É urgente reagir, é necessário exigir políticas diferentes. O caminho terá de ser de unidade, e não há espaço para ideologias de esquerda e/ou de direita. Portugal não pode esperar.


sexta-feira, 4 de março de 2011

“Quo Vadis” Sporting

O que terá acontecido no Sporting para que toda a estrutura tenha desmoronado em pouco mais de dois meses ?


Do presidente José Bettencourt ao director para o futebol Costinha e ao técnico Paulo Sérgio todos se demitiram ou foram demitidos. Só ficou José Couceiro.


Os acontecimentos:


  1. Couceiro foi contratado para assumir o cargo de Director-Geral do Futebol a partir de 1 de Janeiro de 2011;
  2. Bettencourt renunciou à Presidência em 16 de Janeiro;
  3. Liedson foi vendido ao Coríntias no final desse mesmo mês;
  4. Costinha (que tinha sido contratado à menos de um ano) foi demitido em 9 de Fevereiro por críticas à venda de Liedson.
  5. Paulo Sérgio foi despedido pela SAD “leonina” em 26 de Fevereiro.


O que estará então na origem desde descalabro ?; serão os maus resultados desportivos, a crise financeira, ou ambos ?.


Oito derrotas consecutivas para um Clube com os pergaminhos do Sporting Clube de Futebol de Portugal é demasiado.


Afastado da Taça de Portugal, da Liga Europa e da Taça da Liga, só lhe resta agora lutar pelo 3º. Lugar da Liga de Futebol. Mas também não será fácil segurar este 3º. lugar. Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães são igualmente candidatos e estão apenas a 1 ponto de distância.


Será a crise financeira ?


O passivo ascende a mais de 300 milhões de euro.

A venda de João Moutinho em Julho de 2010, pode ter sido o primeiro sinal.

A não contratação de novos jogadores para renovar a equipa de futebol, o que poderá justificar os maus resultados desportivos, pode ser mais um sintoma de crise financeira.

Um orçamento de 8 milhões de euros contra 30 milhões do Porto, disse Costinha na sua entrevista “fatal” à comunicação social, parece de facto uma confirmação de que as finanças não estão bem.


Mas também já houve quem dissesse que o mal do Sporting não é falta de dinheiro.


Será então má gestão ?


Quando se vende um dos melhores jogadores do plantel por 2,1 mil milhões de € ( dos quais 600 mil foram para pagar um dívida ao próprio Liedson); mas logo a seguir se despede o treinador a quem se paga uma indemnização de 600 mil €, só pode ser de facto uma muito má gestão.


De uma penada o Sporting ficou sem o melhor jogador e sem treinador.


O que ganhou o clube em troca ?



É caso para perguntar “quo Vadis” Sporting ?


Talvez nos próximos dias se saiba para onde vai o Clube Leonino.


Alegres e felizes aí temos em disputa pela Presidência 6 candidatos, todos eles com projectos de salvação e promessas de vitórias futuras.


A família sportinguista é por definição “sofredora” e prepara já o espírito para aguentar mais uma nova experiências de gestão do seu clube.


E pode começar já hoje por irem a Alvalade torcer para que a equipa ganhe ao Beira-Mar, iniciando a consolidação do terceiro lugar, que lhe garante o acesso às próximas competições europeias.


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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As 1131 propostas de alteração ao OE2011 e a falência do País

“Não perguntes o que o teu País pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer pelo teu País”

JFK


Não sei se o Orçamento de Estado (OE) foi alguma vez tão mediatizado como o OE para 2011.

O motivo é evidente todos eles mexem no bolso dos contribuintes, mas o OE para 2011 mais do que mexer, leva também os próprios bolsos.


Parece, no entanto, estar interiorizado que os sacrifícios são inevitáveis, e que mais vale fazê-los por vontade própria, do que esperar que, de fora, o FMI no-los imponham, como já sucedeu no passado, o que seria bem pior.


Após muita escaramuça na praça pública o Governo e o PSD chegaram finalmente a acordo, e o dito orçamento já tem aprovação garantida.


As restantes forças políticas representadas na Assembleia da República declaram o seu sentido de voto contra, muito tempo antes de conhecerem a proposta de Orçamento.


Actualmente esta a decorrer o período de discussão na especialidade, após ter terminado o prazo para apresentação das propostas de alteração.


Imaginem que pela oposição foram apresentadas 1131 propostas, sendo que destas 1122 foram apresentadas pelos partidos que já chumbaram o OE.


  • PCP 401; BE 379; Verdes 276; CDS 66
  • PSD 9
  • O PS e o Governo apresentaram 66 propostas para “acomodar” o acordo com o PSD.



Mesmo que, por absurdo, o Governo acedesse a aprovar também estas 1122 propostas, mesmo assim o orçamento continuaria “chumbado” pelos partidos à esquerda do PS e à direita do PSD.


Para quê então este diluvio de propostas.


O País está, segundo dizem, em pré falência-técnica, mas estes Srs. Deputados continuam a fazer a sua política ideológica, e mais preocupados em defender propostas que, no actual contexto económico, sabem ou deviam saber, que são irrealistas.


Na última década o País praticamente não tem crescido. A média aritmética situa-se abaixo de 1 %.


Os orçamentos apresentaram sistematicamente défices sucessivos, -4,11 % na média dos últimos 10 anos.


Por isso a dívida externa do Estado representava, no mesmo período, uma média de 60,97 % do PIB.



Mas não é só o Estado que vive acima das suas possibilidades, todos os portugueses enfermam do mesmo mal.


No final de 2009 a dívida pública e privada era de 370,6 mil milhões de €, o que representava 225 % do PIB desse ano, e continua a crescer.



Recordando John Fitzgerald Kennedy : ...” o que é que tu podes fazer pelo teu País”